quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Casa em Alfama

A casa assume a pretensão de se destacar e tornar-se referência na paisagem. No tecido consolidado mas anárquico de Alfama, afirma-se, mas o facto de fazer alusão ao conceito de Torre (frequente nas torres das várias igrejas que existem no Bairro), tornam-na integrada no contexto. A casa assenta sobre o miradouro das Portas do Sol, com uma implantação mínima, mantém o uso público por quem quer admirar a vista sobre o rio. A posição da casa faz com que o utilizador do miradouro não tenha o total da vista quando chega, tendo de a contornar para ver a restante paisagem, assim criam-se dois momentos de paragem, a própria forma da casa influência um movimento dinâmico em volta delta, incentivando o utilizador a contornar a casa e ter acesso ao espaço por trás desta. O primeiro piso é construído em betão, tornando-se uma base forte e pesada para os restantes 6 pisos da casa (como uma torre), os restantes são construídos numa leve estrutura metálica e revestidos a vidro, para que todas as divisões tenham uma relação interior/exterior de 360º com a paisagem, a casa faz parte de Alfama e abre-se a Alfama. A hierarquia e separação de espaços é feita piso a piso e pela forma como se utiliza a casa. Entre divisões tem de se subir ou descer, numa sucessão de espaços, evidenciando a vivência de torre. Para controlar a luz e proteger a privacidade, a casa é coberta uma cortina translúcida, por cada piso, . Abrindo ou fechando a cortina cria-se uma mutação do volumes e a própria vibração da torre cria a quem olha uma intriga e alguma ambiguidade de leitura, aumentando o leque de interpretações e conclusões a cada um e a cada qual.
O trabalho foi desenvolvido na cadeira de Projecto 3, U.L. de Lisboa








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